quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ACONTECEU EM POESIA

Foi num dia de Novembro que a alma decidida resolveu viajar no tempo. Catorze anos era tempo demais, e o tempo não se compadece com as coisas da alma. Felizmente que tudo acabou em bem! 

Bomer Amigo
João Paulo Galhardas

Novembro, Dia Da Graça Do Ano 2007 
Libertando a Emoção

Vou  apressado  sem  paz  ou  sossego
Nessa  estrada  de  árvores  ladeada,
Procurando  vencer  este  medo...
Que  sei,  não  me  leva  a  nada!

Chego  ao  solar  antigo
Invadindo  propriedade  alheia…
Não  está  ninguém  comigo,
  o  espaço  que  me  rodeia.

Toco  o  sino  em  alvoroço
Num  gesto  de  agitação…
Preciso  encontrar  esse  poço
E  libertar  minha  emoção!

Matias José

Os  Cães

Dois  cães  com  um  olhar  estranho
Quando  rodo  para  nascente,
Olhando  para  mim  fixamente...
Estão   ali,  não  é  um  sonho!

Deito  joelhos  em  terra
Num  gesto  de  submissão,
Rebolam-se  perto  no  chão...
Estão  ali  à  minha  espera.

Vejo  o  muro  circular
Mesmo  ali  na  minha  frente!...
Ergo  o  corpo  com  a  mente,
Dirijo-me  para  esse  lugar.

Matias José
 
Para    do  Muro

Trepo  o  muro  com  ansiedade,
Logo  em  frente  o  poço  maldito!
Meu  corpo  fraqueja  aflito…
Cai  em  mim  eterna  saudade!

Choro!  Convulsivamente  choro…
Grito  aos  céus  os  meus  tormentos,
Os  cães  uivam  em  seus  lamentos...
Chamo  por  ti,  por  ti  imploro!

Catorze  anos  é  muito  tempo
Para  fazer  o   luto  final?...
Deito  terra  no  firmamento,
Morre  comigo  esse  mal!?

Matias José

O  Regresso

Sento-me  no  carro  e  suspiro!...
Com  os  cães  a  meu  lado,
Recebem  de  mim  um  afago...
Vou-me  embora  deste  retiro!
  
Na  estrada  de  regresso
De  árvores  belas  ladeada,
A  alma  flui  assim  do  nada
No  caminho  do  sucesso!

Parto  em  direcção  à  cidade
Onde  o  meu  filho  me  aguarda.
Outro  dia,  nova  alvorada…
Para  sempre  a  eterna  saudade!!!

Matias José

3 comentários:

Anónimo disse...

Até me arrepiei ao ler as quatro poesias porque sei do que Matias José fala. Como devem ter sido dolorosos esses 14 anos caro amigo!

Um beijinho

Maria

Anónimo disse...

Não pensei que fosse possível contar assim uma história em poesia mas está muito bem contada.

Parabéns!

Anónimo disse...

Felicidades para o poeta e para as suas poesias é quanto mais lhe desejo. Tocou-me muito o que li. Obrigado!