quarta-feira, 6 de outubro de 2010

POESIA - SILVA TAVARES

Silva Tavares
 Poeta Português 
Dramaturgo, Poeta e Escritor 
João da Silva Tavares

Nasceu em Estremoz a 24 de Junho de 1893, onde passou a sua infância e parte da adolescência. Aos 13 anos descobre-se poeta, tendo publicado o seu primeiro livro de versos Nuvens aos 18 anos. 

A sua vida literária virou-se predominantemente para a poesia, mais de quatro dezenas de obras poéticas publicadas. Mas também dedicou muito do seu tempo e imaginação ao teatro. Escreveu mais de nove dezenas de peças, entre dramas, comédias e farsas. Mas foi no teatro ligeiro (opereta e revista) onde melhor se encontra , pelo tom popular que empresta a quase tudo o que escreve. Na sua vasta obra assinalamos ainda duas novelas, algumas crónicas, estudos históricos e biografias.

Foi durante cerca de trinta anos chefe da Secção de Coordenação de Programas da Repartição dos Serviços de Produção da Emissora Nacional. Aqui desenvolveu intensa actividade, dinamizando programas ligados à poesia e ao teatro. No seu testamento deixou como legado à Biblioteca de Estremoz mais de uma dezena de manuscritos das suas obras, um bronze, uma tela e as insígnias das condecorações com que foi distinguido.
Fonte: cm-estremoz

QUADRAS DE AMOR

Já te paguei por amor,
muito mais do que devia,
vê lá, se fazes favor,
de me dar a demasia.

Pois se foste beijada,
porque estás a negar?
Depois de carta jogada,
não se pode levantar.

Inda hão-de nascer os sábios,
que digam porque razão,
um beijo dado nos lábios,
se sente no coração.

Não digas que nada fica
da vida fútil moderna.
Fico eu a soar em bica,
quando tu traças a perna.

Eu olhei e tu olhaste,
sorri, sorriste depois,
eu falei e tu falaste,
casei, casámos os dois.        

Achaste lindos meus olhos,
pondo os teus olhos nos meus,
mas tu não viste meus olhos,
viste o reflexo dos teus.

O sol prometeu à lua,
as estrelas ao luar,
o meu coração ao teu,
de nunca mais de deixar.

Maria, a quem dei um cravo, 
Chamou-me doido de amor,
Que é mesmo coisa de doido,
Dar-se uma flor a outra flor.

Silva Tavares

2 comentários:

francisco tátá disse...

João Nobre e Silva Tavares, que dupla…que belas canções compuseram. Isso sim.era musica e poemas.
Tenho tantos LPs destes génios! Vamos ver se tal como prometido os consigo modificar para CDs.
Serão sempre um marco na música portuguesa.
Um abraço
Chico
(No Feriado almocei com o Luis Fernando. Excelente “tardada”. Qualquer dia coloco
no blogue a foto do “acontecimento”)

Unknown disse...

Lindo estes versos