quinta-feira, 12 de maio de 2011

POESIA - EVARISTO DA VEIGA

O poeta brasileiro Evaristo Ferreira da Veiga e Barros, nasceu no Rio de Janeiro a 8 de Outubro de 1799, tendo exercido igualmente as profissões de jornalista, político e livreiro. Autor da letra do «Hino à Independência», com música da autoria de D. Pedro I, foi um dos percursores do Romantismo no Brasil. Nas suas primeiras poesias nota-se a influência da poesia arcádica, sobretudo a escrita do poeta português Maria Barbosa du Bocage. Faleceu a 12 de Maio de 1839 na sua cidade natal, o Rio de Janeiro.
Poet'anarquista
Evaristo da Veiga
Poeta Brasileiro
BREVE BIOGRAFIA

Evaristo da Veiga (Rio de Janeiro RJ 1799 - idem 1837) criou, entre 1811 e 1813, um caderno de poemas, no Rio de Janeiro. 

Em 1922 compôs o Hino Constitucional Brasiliense (Hino da Independência), musicado por D. Pedro I, e o Hino Marcial, ambos com fortes inspirações patrióticas. No ano seguinte, inaugurou uma livraria na Rua da Quitanda, onde publicou os seus primeiros versos e hinos. 

Entre 1827 e 1835 foi editor do jornal «A Aurora Fluminense», de oposição ao governo, difusor de idéias constitucionalistas e liberais. 

De 1830 a 1837 foi deputado por Minas Gerais em três mandatos; fez oposição ao governo dos Andradas e apoiou a nomeação de Diogo Feijó como ministro da Justiça, indicado pelo Partido Liberal. 

Foi membro-fundador da Sociedade Defensora da Liberdade e da Independência Nacional, associação política liberal de forte influência na I Regência, precursora do Partido Moderado. 

Evaristo da Veiga foi um dos primeiros jornalistas brasileiros. Poeta árcade, em sua obra o patriotismo desempenhou papel fundamental, mas o humorismo e a sátira por vezes aparecem nos seus poemas.
Fonte: astormentas

SONETO À INDEPENDÊNCIA

Com traidoras promessas de igualdade 
Mascarando mil pérfidos enganos,
Tinham tentado bárbaros tiranos
Despojar o Brasil da Liberdade. 


Mas Pedro, o Nosso Herói na tenra Idade
Soube prudente desfazer seus planos:
Seu Peito Forte os iminentes danos
Afastou da horrorosa Tempestade. 


Que prêmio a tantos Feitos. Neste Dia,
Em que por nos salvar do cativeiro.
À terra o Céu benéfico te envia. 


O Povo, oh Pedro, Imperador Primeiro
Entre vivas Te aclama de alegria
Neste nascente Império Brasileiro. 



Evaristo da Veiga


SONETO AO BRASIL

Minha Pátria, oh Brasil! tua grandeza
Por léguas mil imensa se dilata
Do Amazonas caudoso ao rico Prata,
Os dois irmãos sem par na redondeza:

Das tuas serranias na aspereza,
Na fechada extensão da intensa mata,
No solo prenhe d'oiro se recata
Tosca sim, mas sublime a Natureza:

Da antiga Europa os dons em ti derrama
Junto dos mares a civil cultura,
Que das artes, e Indústria os frutos ama:

De teus filhos o amor mil bens te augura,
E aos lares teus a Liberdade chama:
Não: não tens que invejar maior ventura.


Evaristo da Veiga


SONETO À PERFÍDIA DE PORTUGAL

Brasil da Natureza encanto, amores
Do Despotismo o jugo mal sofrendo
Viu que lhe estava os braços estendendo
Lisia livre dos ferros opressores.

Eu quero unir-me com prisões de flores
Ao meu querido Irmão; eu só pretendo
Mútua ventura: Lisia assim dizendo,
Cai o Brasil nos braços seus traidores.

Então depondo a pérfida brandura
Ela lhe lança os ferros desumanos
E só de escravizá-lo trata, e cura

Mas; conhecendo os cônditos enganos
Do sono da letárgica doçura
O Brasil acordou: tremei Tiranos.


Evaristo da Veiga

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