sábado, 10 de setembro de 2011

POESIA - FERREIRA GULLAR

Cumpre hoje o seu octogésimo primeiro aniversário José Ribamar Ferreira, de pseudónimo Ferreira Gullar. Nasceu a 10 de Setembro de 1930 em São Luís, este poeta brasileiro, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista, ensaísta e um dos fundadores do neoconcretismo. Vencedor do prémio Camões 2010.
Parabéns ao Poeta!
Poet'anarquista
Ferreira Gullar
Poeta Brasileiro
BIOGRAFIA

José Ribamar Ferreira nasceu na capital do Maranhão e era um dos onze filhos de Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart.

Modificou o seu nome aos 18 anos, adoptando o «Goulart» materno, adaptado a uma grafia portuguesa. Durante a adolescência, descobriu a poesia clássica e em seguida, Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes, entre outros.

O seu primeiro livro, «Um pouco acima do chão» (1949) acabou excluído da sua bibliografia. Em 1950, com o poema «O galo», ganhou um concurso promovido pelo Jornal de Letras, tendo no júri Manuel Bandeira, Willy Lewin e Odylo Costa Filho.

Ferreira Gullar mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, onde conheceu o crítico de arte Mário Pedrosa e o escritor Oswald de Andrade, e trabalhou como revisor na revista «O Cruzeiro».

Em 1954, publicou «A luta corporal», cujo projecto gráfico chamou a atenção de Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari. Gullar trabalhou na revista «Manchete» e no «Diário Carioca», e depois no projecto do «Suplemento Dominical» do «Jornal do Brasil».

Gullar participou da I Exposição Nacional de Arte Concreta no MASP, em 1956. No ano seguinte, quando a mostra foi para o Rio de Janeiro, distanciou-se do grupo concretista de São Paulo. Em 1958, lançou o livro «Poemas».

Um ano depois, redigiu o «Manifesto Neoconcreto», publicado no «Suplemento Dominical» e também assinado por Lygia Pape, Franz Waissman, Lygia Clark, Amilcar de Castro e Reynaldo Jardim, entre outros. «O manifesto» abriu o catálogo da I Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Em 1961, Gullar assumiu a direção da Fundação Cultural de Brasília no governo de Jânio Quadros. Na instituição, que dirigiu até Outubro de 1961, construiu o Museu de Arte Popular.

A partir de 1962, passou a fazer parte do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes e trabalhou na sucursal carioca de O Estado de São Paulo. Nesse ano, publicou «João Boa-Morte, cabra marcado para morrer» e «Quem matou Aparecida».

Após ser eleito presidente do CPC, em 1963, filiou-se no Partido Comunista em abril de 1964, ano em que fundou o grupo Opinião, com Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes e outros.

Em 1966, a peça «Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come», escrita em parceria com Oduvaldo Viana Filho, conquistou os prémios Molière e Saci. No ano seguinte, o grupo Opinião encenou, também no Rio, a peça «A saída? Onde está a saída?», escrita em parceria com António Carlos Fontoura e Armando Costa.

Durante o governo militar, em 13 de Dezembro de 1968, Gullar foi preso em companhia de Paulo Francis, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em 1969, ainda lançou o ensaio «Vanguarda e subdesenvolvimento», mas passou a dedicar-se à pintura e, em 1971, partiu para o exílio, morando em Moscovo, depois em Santiago, Lima e por fim Buenos Aires.

Durante esse período, colaborou com O Pasquim, sob o pseudónimo de Frederico Marques. Em 1975, publicou «Dentro da noite veloz» e escreveu, em Buenos Aires, o famoso «Poema sujo», que chegou ao Brasil gravado numa fita, trazida por Vinicius de Moraes e publicado no ano seguinte pela editora Civilização Brasileira. O lançamento do livro no Rio de Janeiro marcou o regresso de Gullar ao Brasil, em 10 de março de 1977.

Nesse ano, lançou «Antologia Poética» e «La Lucha Corporal y Otros Incêndios», publicado em Caracas, Venezuela. No ano seguinte, gravou o disco «Antologia Poética de Ferreira Gullar» e a peça teatral «Um rubi no umbigo» foi encenada.

O seu livro «Na Vertigem do Dia» foi publicado em 1980 e «Toda poesia» assinalou os seus 50 anos de vida. Lançou ainda o livro «Sobre Arte», uma colectânea de artigos publicados na revista Módulo, entre 1975 e 1980.

Em 1985. Gullar foi premiado com um Molière pela sua versão para «Cyrano de Bergerac», de Edmond Rostand. Dois anos depois, lançou o livro de poemas «Barulhos». Em 1989, publicou ensaios sobre cultura brasileira em «Indagações de Hoje». Assumiu a direcção do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura em 1992, permanecendo até 1995.

Criticou as vanguardas no livro «Argumentação Contra a Morte da Arte», em 1993, criando polémica entre artistas plásticos. No ano seguinte, morre a sua mulher, Thereza Aragão, produtora e pesquisadora de música popular brasileira, com quem teve três filhos.

Em 1997, lançou «Cidades inventadas» e passou a viver com a poeta Cláudia Ahimsa. «Rabo de Foguete - Os Anos de Exílio» é publicado em 1998. No ano seguinte, lançou «Muitas vozes» e foi agraciado com o Prémio Jabuti, na categoria poesia. Em 2000, recebeu o Prémio Multicultural Estadão, de O Estado de São Paulo, pelo conjunto da sua obra.
Fonte: UOL EDUCAÇÃO
«Não Há Vagas»
Poema de Ferreira Gullar

«Traduzir-se»
Poema de Ferreira Gullar

«Me Leve» 
(Cantiga para não Morrer)
Poema de Ferreira Gullar

Sem comentários: