segunda-feira, 10 de junho de 2013

SONETO DE LUÍS VAZ DE CAMÕES

No dia 10 de Junho de 1580, falecia em Lisboa uma das maiores figuras da literatura portuguesa e um dos grandes poetas do ocidente, já por várias vezes com honras de publicação no espaço «Amigos d'Arte» -  (ver aqui- «DIA DE CAMÕES...», «POESIA - LUÍS VAZ DE CAMÕES», «LUÍS VAZ DE CAMÕES/ 1ª PARTE», «LUÍS VAZ DE CAMÕES/ 2ª PARTE», «LUÍS VAZ DE CAMÕES/ 3ª PARTE», «Lusíadas- Canto VIII», «HISTÓRIA POÉTICA - MORTE DE INÊS DE CASTRO», «MORTE E COROAÇÃO DE INÊS DE CASTRO», «POESIA - BATALHA DE OURIQUE», «AMÁLIA - RAINHA DO FADO», «Bom Ano Novo Pintura!»). Hoje transcreve-se de sua autoria  soneto com o título - «Que me Quereis, Perpétuas Saudades?». Boas leituras!
Poet'anarquista
Luís Vaz de Camões
Poeta Português

QUE ME QUEREIS, PERPÉTUAS SAUDADES?

Que me quereis, perpétuas saudades?
Com que esperança inda me enganais?
Que o tempo que se vai não torna mais,
E se torna, não tornam as idades.

Razão é já, ó anos, que vos vades,
Porque estes tão ligeiros que passais,
Nem todos pera um gosto são iguais,
Nem sempre são conformes as vontades.

Aquilo a que já quis é tão mudado,
Que quase é outra cousa, porque os dias
Têm o primeiro gosto já danado.

Esperanças de novas alegrias
Não mas deixa a Fortuna e o Tempo errado,
Que do contentamento são espias.

Luís Vaz de Camões

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