sábado, 16 de novembro de 2013

SONETO, POR ANTÓNIO ALEIXO

16 de Novembro de 1949, morre o grande poeta popular português, António Aleixo. Já com várias publicações no espaço «Amigos d'Arte», hoje recorda-se com o soneto: «Ser Doido-Alegre, que Maior Ventura!». Então, boa leitura de fim de semana!
Poet'anarquista
António Aleixo
Poeta Popular Português

SER DOIDO-ALEGRE, QUE MAIOR VENTURA!

Ser doido-alegre, que maior ventura! 
Morrer vivendo p'ra além da verdade. 
É tão feliz quem goza tal loucura 
Que nem na morte crê, que felicidade! 

Encara, rindo, a vida que o tortura, 
Sem ver na esmola, a falsa caridade, 
Que bem no fundo é só vaidade pura, 
Se acaso houver pureza na vaidade. 

Já que não tenho, tal como preciso, 
A felicidade que esse doido tem 
De ver no purgatório um paraíso... 

Direi, ao contemplar o seu sorriso, 
Ai quem me dera ser doido também 
P'ra suportar melhor quem tem juízo. 

António Aleixo

1 comentário:

Camões disse...

Não tenho por hábito comentar as publicações que vou fazendo no blogue.

Hoje abro uma excepção...

Quem me dera saber escrever assim um soneto!

Obrigado, grande poeta António Aleixo.

Matias José