sábado, 25 de janeiro de 2014

POESIA - ROBERT BURNS

O poeta escocês Robert Burns, também chamado de Rabbie Burns, nasceu em Alloway, Ayrshire, a 25 de Janeiro de 1759. Os seus poemas pressupõem o romantismo e a comédia, simples e espontâneos, e a sua escrita poética é inspirada em temas como a aldeia, a natureza e os seus amores. Robert Burns faleceu aos 36 anos, em Dumfries, a 21 de Julho de 1796.
Poet'anarquista
Robert Burns
Poeta Escocês
SOBRE O POETA…

Romancista escocês nascido em Alloway, no condado de Ayrshire, um pioneiro do romantismo europeu. O amor à natureza e às tradições da sua Escócia natal, aliadas às dificuldades económicas que enfrentou na adolescência motivaram a sua rebelião contra as condições sociais da época, expressadas com vigor na sua obra, que também refletiu a sua vida boémia.

Poems, Chiefly in the Scottish Dialect (1786), cujo êxito fez  com que abandonasse os planos de emigrar para a América, e Tam o'Shanter (1789), poema narrativo de carácter burlesco, constituíram as suas obras mais valiosas.

Depois da segunda edição dos seus poemas, dedicou-se à composição de canções populares e escreveu cerca de trezentas, que apareceram em compilações de James Johnson e George Thomson. Algumas dessas composições eram originais e outras haviam sido adaptadas do folclore tradicional escocês. Em todas elas, contudo, apreciava-se um crescente interesse do poeta por reflectir com realismo o espírito popular sem perder por isso o rigor poético. 

Morreu aos 36 anos por doença, em Dumfries, Escócia.
Fonte: brasilescola.com/

ANA

Ai, vinho que ontem bebi 
Escondido numa choupana, 
quando em meu peito senti 
os negros cabelos de Ana! 
O judeu já no deserto 
que bebia o que Deus mana 
não sabia o mel oferto 
nos lábios ardentes de Ana! 

Reis, tomai o Leste e o Oeste, 
desde o Indo até o Savana, 
mas dai ao corpo que as veste 
as formas trementes de Ana! 
Encantos desdenharei 
de imperatriz ou sultana 
pelo prazer que darei 
e tomarei só com Ana. 

Vai-te, faustoso deus diurno! 
Vai-te, pálida Diana! 
Suma-se o claror nocturno, 
quando eu me encontro com Ana! 
Venha a noite em negro manto! 
Sol, Lua, Estrelas, deixai-nos! 
Só com, penas de anjo o encanto 
direi dos gozos com Ana. 

Robert Burns

CANÇÃO

 Tenho mulher só pra mim
Não divido com ninguém
Ninguém vai me pôr chinfrim
Não ponho chifre em ninguém 

Tenho um real pra gastar
Graças a quem? A ninguém
Não tenho nada a emprestar
Não empresto de ninguém

Eu não sou senhor de escravo
Nem escravo de ninguém
Com minha espada sou bravo
Mas sem ofensa a ninguém

Quero ser o alegre amigo
Sem tristeza por ninguém
Ninguém se importa comigo
Não me importo com ninguém

Robert Burns

MARY MORISON

Maria, assoma à janela:
chegou por fim o momento!
O teu sorriso empobrece
os oiros do avarento…

Até me fazia escravo
a moirejar noite e dia,
se como prémio tivesse
a minha doce Maria!

Ontem, ao som das violas,
a aldeia inteira bailava;
só eu, sem ouvir nem ver,
para ti, meu bem, voava…

Fossem loiras ou morenas,
nenhuma ali te vencia…
Eu, então, só me queixava
Não sois a minha Maria!

A quem por ti dera a vida,
vais, Maria, enlouquecer?
Ou rasgar-lhe o coração
sem culpa de bem-querer?

Se amor por amor não dás,
pena tem desta agonia…
Mal ficava ser cruel
à minha doce Maria!

Robert Burns

Sem comentários: