terça-feira, 19 de agosto de 2014

OUTROS CONTOS

«A Rela», conto poético por Matias José.

«A Rela»
Poética Popular

241- «A RELA»

Quase desidratada plo calor
No depósito d’água esvaziado,
Emergiu rela de castanha cor
Que aí havia pernoitado.

Depositei-a junto à hortelã
Virada ao sol de fim-de-tarde,
Para despertar pela manhã
E poder sentir-se em liberdade.

 Resolveu ela (eu senti mágoa?)
Ao mesmo sítio querer voltar…
Mas com o depósito raso d’ água
Não corria perigo em desidratar.

Surgiu do nada!... e logo saltou
Para a borda onde ficou segura,
Foi quando a dúvida se instalou:
Seria então a mesma criatura?

Aí permaneceu muito serena
Parecia até me conhecer,
E eu indagando sobre a cena:
 És quem não deixei morrer?

Logo de pronto fiz menção…
(Não sem antes me questionar)
Movimento rápido com a mão
E a rela castanha apanhar…?

De seguida observei: o ideal!...
Vou tentar bem de mansinho
Fazer-lhe festa no saco vocal,
Com o meu dedo mindinho.

Duvidei ainda desse intento…
Mas lá avancei com cautela
Nesse ténue movimento…
Finalmente acariciava a rela!

E o sucedido voltou a ter bis!...
No mesmo poiso à minha espera
Encontrava-se ela muito feliz!!
(Não se tratou duma quimera)

Matias José

1 comentário:

Anónimo disse...

LINDÍSSIMO!!!
BRAVO!!!